Faculdade de Flores – Holambra

 

Faculdade de Flores em HolambraMinistério da Educação aprovou, com nota 4 (em uma escala que vai até 5), o curso que vai formar especialistas em floricultura. A implantação da primeira Faculdade das Flores (FAF) do Brasil será implantado na cidade de Holambra, interior de São Paulo, através da Faculdade de Jaguariúna (FAJ).

O curso, voltado à produção de flores, sementes, hortaliças e frutos, funcionará na escola municipal Parque dos Ipês, que está recebendo as instalações para adequação às disciplinas da faculdade.

O curso, voltado à produção de flores, sementes, hortaliças e frutos, funcionará na escola municipal Parque dos Ipês, que está recebendo as instalações para adequação às disciplinas da faculdade.

Segundo Geraldo Elsynk, que vai coordenar o curso da Faculdade das Flores, a graduação oferecida trará ao aluno uma melhor preparação para o mercado de trabalho. “Essa metodologia oferecerá ao nosso discente o conhecimento prático necessário para desenvolver, após a graduação, seu próprio projeto”, afirma. “Nós estamos oferecendo um curso completo”.

A faculdade trabalhará em parceria com os produtores de flores locais e empresas de sementes, e terá aulas ministradas durante o período noturno. Além de cumprir com os requisitos obrigatórios para a implantação do curso na cidade, todas essas melhorias ficarão à disposição dos alunos da escola Ipê.

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História da Soja

 

Grãos de Soja
Foto: Grãos de Soja

A soja que hoje cultivamos é muito diferente dos seus ancestrais, que eram plantas rasteiras que se desenvolviam na costa leste da Ásia, principalmente ao longo do rio Yangtse, na China.  Sua evolução começou com o aparecimento  de plantas oriundas de cruzamentos naturais entre duas espécies de soja selvagem que foram domesticadas e melhoradas por cientistas da antiga China.

As primeiras citações do grão aparecem no período entre 2883 e 2838 AC, quando a soja era considerada um grão sagrado, ao lado do arroz, do trigo, da cevada e do milheto. Um dos primeiros registros do grão está no livro “Pen Ts’ao Kong Mu”, que descrevia as plantas da China ao Imperador Sheng-Nung. Para alguns autores, as referências à soja são ainda mais antigas, remetendo ao “Livro de Odes”, publicado em chinês arcaico.
Até aproximadamente 1894, término da guerra entre a China e o Japão, a produção de soja ficou restrita à China. Apesar de ser conhecida e consumida pela civilização oriental por milhares de anos, só foi  introduzida na Europa no final do século XV, como curiosidade, nos jardins botânicos da Inglaterra, França e Alemanha.
Na segunda década do século XX, o teor de óleo e proteína do grão começa a despertar o interesse das indústrias mundiais. No entanto, as tentativas de introdução comercial do cultivo do grão na Rússia, Inglaterra e Alemanha fracassaram, provavelmente, devido às condições climáticas desfavoráveis.

 No Brasil

No final da década de 60, dois fatores internos fizeram o Brasil começar a enxergar a soja como um produto comercial, fato que mais tarde influenciaria no cenário mundial de produção do grão. Na época, o trigo era a principal cultura do Sul do Brasil e a soja surgia como uma opção de verão, em sucessão ao trigo. O Brasil também iniciava um esforço para produção de suínos e aves, gerando demanda por farelo de soja. Em 1966, a produção comercial  de soja já era uma necessidade estratégica, sendo produzidas cerca de 500 mil toneladas no País.

 

A explosão do preço da soja no mercado mundial, em meados de 1970, desperta ainda mais os agricultores e o próprio governo brasileiro. O País se beneficia de uma vantagem competitiva em relação aos outros países produtores: o escoamento da safra brasileira ocorre na entressafra americana, quando os preços atingem as maiores cotações. Desde então, o país passou a investir em tecnologia para adaptação da cultura às condições brasileiras, processo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
Os investimentos em pesquisa levaram à “tropicalização” da soja, permitindo, pela primeira vez na história,  que o grão fosse plantado com sucesso, em regiões de baixas latitudes, entre o trópico de capricórnio e a linha do equador. Essa conquista dos cientistas brasileiros revolucionou a história mundial da soja e seu impacto começou a ser notado pelo mercado a partir do final da década de 80 e mais notoriamente na década de 90, quando os preços do grão começaram a cair. Atualmente, os lideres mundiais na produção mundial de soja são os Estados Unidos, Brasil, Argentina, China, Índia e Paraguai.
Fonte: Portal Embrapa

Prof. Molion afirma que La Niña já está atuando e vai até 2019

Segundo os critérios do Climate Prediction Center (CPC), atualmente o Pacífico está neutro, embora, já por 12 semanas consecutivas, sua temperatura apresente anomalias negativas. A previsão de consenso dos pesquisadores do CPC e do International Research Institute for Climate and Society (IRI) é que a chance de um La Niña se estabelecer a partir de agosto-outubro de 2016 é pequena. A previsão de consenso IRI/CPC é haja 55% de probabilidade que o Pacífico volte à neutralidade (Fig.1). Essa “previsão de consenso” é feita por modelos numéricos que sabidamente não representam adequadamente os processos físicos que controlam o clima global e, portanto, suas previsões são altamente limitadas, tendo enormes chances de serem erradas.

Gráfico Previsão El Niño
Figura 1. Previsão de El Niño-Oscilação Sul (ENSO, em Inglês) para a Região 3.4 do Pacífico até abril-junho de 2017. Barras: azul (La Niña), vermelha (El Niño) e verde (Neutro). Observe que a barra verde fica acima dos 55% (eixo vertical à esquerda) a partir de setembro-novembro de 2016.
Previsões ENSO
Figura 2. “Pluma” das previsões do ENSO Região 3.4. São 17 modelos dinâmicos e 8 modelos estatísticos. O início é julho 2016 (OBS). Note que cada modelo dá resultados diferentes. O do SCRIPPS (linha azul claro com quadrados) prevê um La Niña semelhante ao de 1998-1999.

Veja, na Fig.2, o gráfico das previsões mais recentes. Observe que, a partir da data em que as previsões foram feitas (ponto preto=OBS), cada modelo (listados na lateral direita) resulta em previsão diferente, formando o que é conhecido como  “espaguete”. Se o modelo do SCRIPPS (linha azul claro com quadrados) for o da preferência do leitor dentre os 25 modelos, então a previsão é de um La Niña semelhante ao de 1998-1999, como mostrado na Fig.3, que usa os dados de anomalias de temperatura da Região Niño 3.4 do próprio CPC.

Previsao La Nina
Figura 3. Comparação anomalias de temperatura (ATSM) dos El Niños de 1997-98 com as do 2015-16 para a Região 3.4. O eixo horizontal é o número de semanas desde janeiro de cada período e, o vertical, as ATSM. Observe que as ATSM de 2015-2016 praticamente se superpõem às de 1997-1998.
Após junho de 1998, as ATSM persistiram negativas até janeiro de 2002 e o autor continua apostando que o La Niña vai ser semelhante ao de 1998-2001 e que pode persistir até 2019. Nos meses de setembro-outubro, as águas do Pacífico tendem a se aquecer e ter anomalias negativas menores, ou até positivas, porque o Sol está em cima dessa região. Porém, as águas sub-superficiais estão frias até cerca de 150 metros de profundidade em praticamente todo o Pacífico Equatorial e a convecção (formação de nuvens e chuva) está começando a se estabelecer na Indonésia no período de outubro-novembro. Essa última situação deve provocar o abaixamento da pressão atmosférica na região da Indonésia durante esse período e acelerar os Ventos de Leste que, por sua vez, vão aumentar a ressurgência de águas frias na costa oeste da América do Sul, dando continuidade, após abril-maio de 2017, ao La Niña que já começou a se estabelecer na terceira semana de julho de 2016.
Portanto, é necessário ter cautela com as afirmações que aparecem na mídia que “não há mais La Niña”. Em adição, a afirmação que aparece nessa notícia que “[A] atmosfera não se prende a rótulos. Seja fenômeno La Niña fraco, com desvio de -0,5°C, ou neutralidade com viés negativo de -0,4°C, -0,3°C, o padrão atmosférico seguirá o mesmo definido há alguns meses”, não encontra respaldo nos dados históricos de anomalias de climáticas. O conhecimento atual sugere que exista um atraso (“lag”) de 3 a 6 meses nas respostas dos outros oceanos ao processo El Niño/La Niña, dependendo de sua localização. A atmosfera é aquecida por baixo, ar em contato com a superfície, que é dominada essencialmente por oceanos (71%) na Terra. Se as TSM mudam em resposta ao processo El Niño/La Niña, o padrão atmosférico e o clima são forçados, pela superfície dos oceanos, a mudar. O Oceano Atlântico é a grande fonte de umidade para as chuvas do Brasil e os dados de agosto mostram que o Atlântico ainda está com anomalias de TSM positivas, o que sugere que o ano hidrológico 2016-2017, particularmente em seu início, será mais chuvoso que anos anteriores, embora os totais possam, ainda, ficar 10% a 20% abaixo da média dos últimos 70 anos em algumas áreas do país. Alerta-se o leitor para tomar cuidados com as notícias baseadas em resultados de modelos previsão pois, sejam eles dinâmicos ou estatísticos, geralmente erram!
Luiz Carlos Baldicero Molion é PhD em Meteorologia e pesquisador aposentado do INPE/MCTI e professor aposentado da UFAL/MEC.
Fonte: noticiasagricolas.com.br